Líder do Ministério de Louvor mais bem sucedido das últimas décadas, a Pra. Ana Paula Valadão Bessa se encontrou com diversos veículos de comunicação no último dia 15/11, em Limeira, horas antes do culto que reuniu uma multidão no Estádio da Cidade. Na ocasião do encontro, Ana falou sobre polêmicas recentes envolvendo o Ministério Diante do Trono, sobre os congressos, os projetos atuais e os planos para o futuro do Ministério. O resultado desse bate-papo você confere abaixo.
“Se ele têm visto falhas em nós eu quero aprender”
“Mesmo em circunstâncias em que parece que nós estamos perdendo, nós estamos ganhando”
(Geração DT) Recentemente o João Alexandre lançou uma música entitulada “É Proibido Pensar” na qual critica ironicamente vários movimentos cristãos contemporâneos, inclusive o seu ministério. Como você encara esse tipo de resposta negativa ao que você prega?
Pra. Ana Paula: Eu realmente não tinha conhecimento disso, realmente se essa é a letra da música que você está lendo, “distante do trono” parece que é uma alusão ao nome do Diante do Trono. O que eu posso dizer é que eu sinto muito, porque eu admiro o João Alexandre, gosto demais das músicas dele. Eu não o conheço, não posso chamá-lo de amigo porque não convivo com ele, mas já me encontrei com ele algumas vezes e sempre tive uma admiração muito grande por ele. O que eu posso dizer é que o Corpo de Cristo é diverso, o pé não é igual a mão, o nariz não é igual a boca, o olho não é igual o ouvido, e infelizmente as vezes é difícil a gente admirar o que é diferente da gente: se ele não está conseguindo admirar o dom de Deus que está em mim eu não posso fazer nada a não ser orar por ele, mas eu continuo admirando ele, continuo admirando o dom de Deus que está nele. Se ele têm visto falhas em nós eu quero aprender, e espero ter a oportunidade de um dia conversar com ele sobre isso, mas isso não vai mudar a admiração que eu tenho pelo dom dele, pela poesia, pela voz profética que ele é. Em muitas canções ele fala sobre política, sobre a realidade do Brasil, e isso eu vou continuar admirando.”
“Sabia muito bem que estava andando como um leão, transmitindo uma mensagem”
“Eu sei que eu não vou conseguir agradar todas as pessoas, e eu não posso voltar atrás e dizer que eu errei”
A respeito do episódio de Anápolis, como você descreve o momento, e como você vê as críticas das pessoas sobre isso?
Pra. Ana Paula: Nós chegamos em Anápolis dias antes e participamos de um evento em uma igreja, aonde reunimos pastores e líderes. Durante esses dois dias anteriores à ministração eu já estava em sintonia com o Espírito Santo, buscando ali no local a direção de Deus pro evento, e algumas pessoas com as quais eu conversei foram testificando as impressões que vinham ao meu coração: o que vinha ao meu coração é que Anápolis, apesar de ser uma cidade com grande número de evangélicos percentualmente, era uma cidade onde a Igreja estava muito ferida e muito enfraquecida. O Senhor foi falando comigo que a mensagem para aquela noite seria de encorajamento. Na noite anterior eu tive oportunidade de impor as minhas mãos sobre uma moça – eu não sabia a história dela – mas eu via uma angústia de morte tão forte, e depois eu soube que ela é filha de pastor, casou com um pastor, a igreja dela passou por uma divisão tão terrível que ela não tinha mais vontade de viver de tanta decepção, eu vi aquela angústia de morte sobre o coração dela e enquanto nós orávamos ela foi liberta! O Senhor então falou pra mim que aquilo era um sinal do que ia acontecer no dia seguinte.
“Eu tenho certeza do que aconteceu ali, e eu tenho respaldo da Palavra” “Eu não vou agradar a todos, mas eu tenho convicção daquilo que aconteceu”
Durante a ministração em Anápolis o Senhor foi trazendo palavras de ânimo, palavras de encorajamento, e houve um momento que surgiu um cântico espontâneo maravilhoso: “como um leão, um cordeiro e um leão”. E entre as partes cantadas eu fui entregando palavras que diziam que nós ainda iríamos ser como o Senhor Jesus é, ele é o Cordeiro e o Leão. O Cordeiro no sentido de se entregar, uma ovelha muda perante os seus tosquiadores, uma pessoa que não revida, que oferece a outra face, que se humilha como o Senhor se humilhou, tendo o mesmo sentimento que houve nele; mas também como um Leão, ousados, com intrepidez, corajosos, não intimidados, não acovardados, e sabendo que mesmo em circunstâncias em que parece que nós estamos perdendo, nós estamos ganhando. O apóstolo João quando olhou pro Trono ele viu o Cordeiro como que sido morto, a palavra diz que quando ele olhou novamente era um Leão assentado sobre o Trono. Nós sabemos que o Senhor Jesus ali na cruz não estava perdendo, ele estava ganhando, e foi sobre isso que eu estava ministrando. Durante toda a ministração, até esse momento, nós sentimos uma atmosfera espiritual muito pesada, por mais que as pessoas estivessem participando. As forças faltavam ao meu corpo, eu tinha que me esforçar todo o tempo. De repente nós começamos a celebrar, o Espírito Santo começou a mover de uma maneira entre nós, e eu comecei a saltar de uma maneira diferente, eu não estava mais me esforçando, rompeu, sabe quando nasce a criança? Foi essa a sensação que eu tive: que a mensagem que nós tínhamos que entregar estava liberada. Eu comecei a saltar, e numa dessas vezes que eu saltei eu cai e já me vi de quatro. Na hora eu pensei “Deus, acabou, o que que vão dizer de mim?”, eu sabia que aquilo ali não seria compreendido por muitos, mas eu estava tão imersa naquele mover do Espírito, naquela mensagem que estava sendo transmitida, que eu obedeci, e eu comecei a andar como um leão, e sabia muito bem que estava andando como um leão, transmitindo uma mensagem. Quando acabou, eu pensei “Deus, que que vai acontecer agora? Ainda temos tantas coisas a fazer nesse culto”, mas eu fui muito encorajada, porque quando acabou aquele momento, que eu me levantei, eu ouvi um brado de vitória que eu não me lembro de um brado tão forte. E nós prosseguimos com a ministração.
“Esse escândalo é algo que eu não gostaria de ter causado, nunca, jamais” “Não queremos que as pessoas fiquem confortáveis no nosso evento”
Eu não sei quem estava ali que filmou e colocou na Internet e causou um rebuliço tão grande, porque as pessoas assistem poucos minutos de uma coisa que tem todo um contexto. Mesmo que alguém que estava lá possa não ter entendido, porque talvez sejam pessoas que não têm a mesma linha teológica, as vezes são pessoas que muitas vezes em suas próprias igrejas não tem tanta liberdade de se expressar (não quero dizer que é pior ou melhor). Mas quem estava lá pelo menos presenciou o contexto, quem assiste pela Internet vê só um pedacinho. Eu sei que eu não vou conseguir agradar todas as pessoas, e eu não posso voltar atrás e dizer que eu errei, eu tenho certeza do que aconteceu ali, e eu tenho respaldo da Palavra: muitos profetas na Bíblia agiram entregando uma mensagem através de uma encenação, através de um teatro. Praticamente todos os profetas: Isaías, Ezequiel, Jeremias, nós temos muitos exemplos de atos que traziam uma mensagem. Eu não vou agradar a todos, mas eu tenho convicção daquilo que aconteceu, tenho o respaldo da Palavra. O que eu posso pedir perdão, é porque através do vídeo colocado no YouTube muitas pessoas foram escandalizadas por não conhecerem o contexto, não tinham acesso a mim, pouquíssimas pessoas me perguntaram, mas elas têm coragem de ouvir de outros e acreditar no que ouvem, no que lêem. Esse escândalo é algo que eu não gostaria de ter causado, nunca, jamais, mas eu não posso voltar atrás dizendo que aquilo que aconteceu fo
i errado, de maneira nenhuma.
Qual é a sensação que você tem ao saber que o sonho de Deus está sendo realizado através de você?
Pra. Ana Paula: Uma pergunta mais leve, obrigada (risos). A sensação é maravilhosa: cada vez que nós vivemos um momento que o Senhor trás a tona uma promessa que Ele havia declarado, cada vez que nós estamos vivendo uma situação na qual o senhor fala “lembra filha, eu te disse que faria isso através de você”, cada vez que eu vivo isso eu fico muito emocionada, eu agradeço muito a Deus.
Nesses 10 anos, quais foram as maiores mudanças no Diante do Trono, especialmente no que se refere aocomportamento do público do seu ministério?
Pra. Ana Paula: Realmente muitas coisas vão mudando ao longo dos anos, com relação ao público eu me lembro que no começo as pessoas que vinham aos nossos eventos vinham com uma atitude que elas tinham diante de outros grupos já, mesmo cristãos. Ao longo desses 10 anos a nossa mensagem já foi transmitida claramente para as pessoas, então temos visto muita mudança ao longo dos anos no comportamento das pessoas nos nossos eventos: muitas coisas que no começo eu tinha que falar que eu não achava legal no público, hoje em dia a gente nem passa mais por esse tipo de situação. Por exemplo, em um evento de música, muitas vezes as pessoas vão com uma postura de entretenimento, porque a música é uma coisa muito gostosa, mas nós nunca tivemos esse desejo de fazer dos nossos eventos simplesmente um entretenimento, tudo bem que as pessoas vão cantar as músicas que elas gostam, aquelas músicas que marcaram a vida delas, mas nós não queremos que as pessoas fiquem confortáveis no nosso evento. Acreditamos que é um momento de mexer com a nossa vida e valores, momento de Deus nos confrontar com as nossas atitudes, com aquilo que está sendo a nossa motivação pra viver. No começo eu tinha que dizer “olha, vocês estão tendo uma atitude de quem está aqui só brincando, de quem está aqui se divertindo, e não é pra isso que estamos aqui, vamos voltar o nosso coração pro real propósito pelo qual estamos aqui”, hoje em dia nós não precisamos nem falar sobre isso, porque ao longo desses 10 anos as pessoas já entenderam qual é a nossa história, pra que nós estamos aqui.
Outra mudança que eu posso perceber é em nós, nós vemos que ao longo dos anos Deus foi transformando a nossa mensagem: no começo nossas canções eram canções mais de cura da nossa própria alma, um clamor por Deus por causa das nossas dores, das nossas fragilidades; a medida que o tempo foi passando Deus foi nos respondendo e as nossas canções se tornaram muito mais proféticas pra nação, pra cidade, pro lugar aonde vamos, uma canção que fala muito mais de transformar ao nosso redor do que a transformação interior. Muitas pessoas nem puderam acompanhar isso porque a maioria das pessoas infelizmente não sai de um lugar aonde ela é o centro das atenções, aonde a necessidade dela é maior do que tudo. Eu poderia falar de muitas outras mudanças, mas graças a deus tenho visto todas as mudanças pelas quais temos passado como mudanças positivas.
Eu acredito também que estamos encerrando um ciclo com esses 10 anos, a gente não tem ainda certeza da direção específica de Deus do que devemos fazer ano que vem, mas esse ano eu acredito que fechamos um tempo no Diante do trono. Nós estamos prontos pra muitas novas mudanças.
“A maioria das pessoas infelizmente não sai de um lugar aonde ela é o centro das atenções” “A gente não tem ainda certeza da direção específica de Deus do que devemos fazer ano que vem”
Nesses 10 anos, qual foi o trabalho do Diante do Trono mais impactante pra você?
Pra. Ana Paula: É uma pergunta difícil de responder, mas eu vou falar desse último: além de ser o mais fresco na nossa memória, ele foi o mais difícil até hoje, mas o Senhor nos deu grandes vitórias. “Príncipe da Paz” foi gravado no Rio de Janeiro apesar de todas as coisas cooperarem contra, a ponto de uma semana antes da gravação a gente não ter ainda conseguido começar a montagem do palco, que é algo que leva as vezes de 15 a 20 dias. O Senhor nos abençoou porque conseguimos, com toda a dedicação da equipe de produção virando noites, e Deus realmente nos deu vitória porque houve momentos que nós achamos que a gravação nem aconteceria, e isso em nenhum outro evento a gente passou: passamos por lutas de todos os tipos que você possa imaginar, mas esse ano realmente foi muito maior. Por isso também eu reconheço que houve mais glória de Deus, mais presença de Deus, mais unção de Deus, mais poder de Deus, foram tantos testemunhos tão tremendos como ouvimos todos os anos, mas esse ano foi muito maior e mais forte, e em nós as mãos de Deus trabalharam como nós nunca havíamos visto antes, essa gravação pra mim entrou na história: se eu posso fizer “fechando com chave de ouro”, fechou mesmo essas 10 anos, o ciclo foi fechado de uma maneira inesquecível.
“Houve momentos que nós achamos que a gravação nem aconteceria” “Estamos precisando de ajuda pra bancar o congresso”
Anualmente o Diante do Trono organiza congressos de louvor e adoração, como você encara o resultado desses congressos?
Pra. Ana Paula: Nós ansiamos pelos congressos, porque todos os anos nós somos muito abençoados, Deus realmente têm feito desse congresso um marco na nossa vida, vez após vez: é um momento de muita liberdade no Espírito, muito intenso, porque todas as pessoas que vão se deslocam, geralmente de outras cidades, pagam pra ir, por más que nós procuremos fazer um preço bem em conta, inclusive nós subsidiamos o congresso, porque ele não se paga: tudo que oferecemos ali nós não conseguimos pagar com as inscrições, é até um desafio pra nós, esse ano nós estamos até olhando se conseguiremos fazer as inscrições com o mesmo valor, pois estamos precisando de ajuda pra bancar o congresso, talvez até tenhamos que aumentar a inscrição, mas não queremos fazer algo que impeça pessoas de irem. Todo mundo chega lá com muita fome e sede de Deus, e o resultado é maravilhoso: o ano inteiro nós recebemos testemunhos sobre o congresso, são coisas que animam a gente a continuar produzindo esse congresso e recebendo de Deus.