Os desejos errados nos levam aos vícios desenfreados, e de todos os desejos do homem o amor é o mais freqüente. Amores que se vão provocam terrores familiares, na humanidade, na política, imprensa e outros. O que torna amores diferentes? Porque o amor cristão é tão diferente do amor carnal? O que fazer quando o amor acaba?
O divórcio tem crescido a cada dia não só no Brasil, mas em várias partes do mundo. Países onde nem se podiam pensar nisso hoje já é um tema discutido. Em cidades do interior brasileiro, por exemplo, esse era um tema que não podia nem ser falado, hoje já é corriqueiro encontrar casais e mais casais divorciados. A nova família vem para mostrar que o divórcio é cada dia um ato “normal” no meio da sociedade. O amor realmente pode acabar.
Se amar é entender a nós mesmos para compreender o outro, como pode acabar? É uma pergunta muito comum nos consultórios e gabinetes de aconselhamento.
Amar é desenvolver a disciplina da doação. Essa é a maior causa do fracasso amoroso em nosso século. Queremos receber ao máximo, porém doar jamais. Doar é uma capacidade que precisa ser desenvolvida no cotidiano, com a educação e com a convivência. Esquecemos que doar é um ato de vida que já começamos a recebendo da mãe e pai e de Deus. Ao doarmos amor recebemos de volta mais amor. Ou seja, quanto mais dou amor a probabilidade do retorno ser amor é muito maior. Só que quando doamos amor também vão junto nossas mazelas, experiências ruins e indesejáveis. Nosso lixo emocional não nos abandona, temos que conviver com ele e muitas das vezes ensinar os outros a viver com eles também.
Um exemplo de amor são as canções. Só que nelas o amor é sempre fracassado, se é respondido ela não dá sucesso. O amor é sempre um retrato de tristeza, traição, desilusão. Não é nada bom nem um exemplo a ser seguido. Então como todos nós temos um amor não respondido essas musicas enchem nossos corações nos deixando felizes por não ser apenas nós a sofrer por amor. Por estas e por outras a noticia mais comum é: – o amor acabou, está morto. Então passamos a nos dedicar a animais irracionais ao invés de pessoas como nós mesmos. É mais fácil de lidar, não reclama, e lançamos sobre ele raiva, rancor palavras de afeto, achando que ele pode corresponder de forma satisfatória ao amor humano e ao relacionamento saudável.
É provável que no decorrer do tempo tenhamos feito pouco caso do amor. Deixamos que ele se esfrie como se fosse um sentimento comum e banal. ”[…]E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.” (Mateus 24:12) A forma irresponsável como temos levado a vida tem derrubado a fortaleza do amor. A forma como namorarmos, como conquistamos tem levado o amor a um segundo plano. A conquista tomou ares banais, a minha garota e ou garoto, não existe mais, somos de todos e todos de um. Não há alguém de alguém. Somos de todos até que um dia eu me descubra velha e sem companhia a procura de um verdadeiro amor pelo caminho. Muitas das vezes não encontrando, pois o tempo somente nos marcou com formas de amar erradamente.
Amar um outro ser humano é uma das práticas mais difíceis. Nunca foi fácil, mas no nosso mundo superficial ainda tem sido pior. Tenho medo que com o tempo os jovens não conheçam mais o amor verdadeiro, duradouro que complete o outro.
O amor romântico não pode acabar ele alimenta nossa fantasia diária, alimenta nossa jornada dura do dia-a-dia. Ele faz com que nós casados voltemos sempre para casa na expectativa de recomeçar, acertar depois que errou. Amor romântico não é aquele da (o) amante. É o amor casal, amor família. Em filmes e novelas só há amor romântico nos amantes, na infidelidade. Não creio nisso, mas é a forma de amar que o cinema e a tv tem nos pregado durante muito tempo e temos acreditado neles.
O cristão ainda pode se alegrar em sua crença. O amor está no ar dentro das casas, por mais que satanás tende destruí-lo. Ainda vivemos esperando o nosso dia acontecer, por mais que alguns caiam pelo meio do caminho. Ainda conseguimos perdoar enquanto todos pregam que não vale a pena.
Nossos corações ainda estão aquecidos pelo sangue do Cordeiro Jesus Cristo. Ainda acreditamos que é possível amar, ser amado e ter uma família como meio de propagação da paz, fidelidade e felicidade. O perdão é a peça fundamental para amarmos um ao outro. E só consegue perdoar e voltar a conviver bem quem tem o sangue do cordeiro sobre sua vida.
O amor que aprendemos com Cristo não está baseado em conquista de pessoas para posse momentânea, mas uma conquista para crescimento familiar, para vida longa. O amor cristão é a comunhão e não a divisão. Recebemos tão grande amor em Cristo que somos constrangidos a amar o próximo, amar a família e perdoar as falhas e contendas que surgem a o longo do dia.
O homem atual tem medo de amar e sofrer, não ser correspondido. Em certos momentos o amor pode representar uma ameaça as nossas próprias vontades. Se tivermos a humildade de deixarmos estes sentimentos inundar nossa vida veremos o quanto vale vivermos o amor.