Acredito que em determinados momentos da vida, nossa mente dá um salto evolutivo provocado por algum evento, situação e/ou relacionamento pelo qual passamos. Como se uma luz, até então apagada, agora está acesa clareando conceitos e opiniões, quebrando tabus, destravando conhecimentos e principalmente libertando idéias. Acredito ainda que estes saltos acontecem nas mudanças de fases da nossa jornada por aqui e que estas trocas são mais importantes do que o passar das horas, dos dias, anos e décadas. São estas mudanças nossos verdadeiros aniversários, não cronológicos, mas aniversários intelectuais e porque não, espirituais.
Certo dia, em uma das andanças de Jesus, algumas pessoas levaram até ele um homem surdo e mudo, dizendo: Cure-o! Jesus então faz alguns gestos estranhos como enfiar os dedos nos ouvidos do homem, cuspir em sua boca e por fim, disse: EFATÁ! Que significa ABRE-TE! E não é que o mudo falou!? E não é que o surdo ouviu!?
Certo dia um professor entrou na sala de uma turma qualquer, de um curso de informática qualquer, sentou-se em cima da mesa do professor e disse: “quero que comecem um projeto do gosto de vocês, algo que os inspire a programar! EFATÁ!”
Num emprego qualquer, de um escritório qualquer, um homem que acreditava piamente que o amor só acontece uma vez na vida, se encontrou com uma mulher que também pensava o mesmo e, após alguns meses, ambos dizem: “Por onde você andou todo este tempo!? EFATÁ!”
Numa igreja qualquer, dois filhos de pastor, no auge de suas juventudes, se encontravam entediados com a rotina de suas vidas, até que seu pai disse: “Vão! Podem ir! Colham seus botões de rosas! CARPEDIEM! EFATÁ!”
Numa casa triste, repleta de plantas por todos os lados, uma mulher se escondia da sociedade, pensando nunca mais ser capaz de amar um amigo, no momento em que a vizinha da frente batendo palmas lhe disse: “Oi! Prazer! Posso entrar? ABRE-TE!”
Hoje, um “EFATÁ” vai embora pra mim, amanhã ele pode estar de volta, vivemos pulando de um para outro, como em um riacho no qual atravessamos pulando de pedra em pedra. Espero ser eu também um grande “EFATÁ” aos que me rodeiam.
É isso?
Então que seja, ABRE-TE!
Assim seja.