O rei Belsazar foi anfitrião de um grande banquete cujos convidados pertenciam a elite babilônica. Empolgado com a festividade (e com o vinho), Belsazar resolve fazer uma demonstração do “seu” poder, menosprezando o Todo Poderoso Deus de Israel ao mandar trazer para sua festinha particular os utensílios sagrados de ouro e de prata que haviam sido retirados do Templo. Nada se sabe sobre sua personalidade ou comportamento antes desta ocasião, mas com o poder em mãos acabou revelando sua pobreza de espírito.
O poder costuma fazer isto, ele consegue revelar um lado do ser humano que até então, era desconhecido. O problema não está no poder em si, porque ao contrario do que muitos dizem, ele não é capaz de corromper o homem.
O que apodrece a alma é a vaidade humana que ao invés de ser contida, deixa-se ser alimentada com a ilusão que os privilégios do poder proporcionam. Vaidade esta, que leva muitos a viverem numa busca constante em ser mais e melhor com a intenção de despertar admiração ou mesmo inveja das demais pessoas.
O interessante é que às vezes, nem é necessário tanto poder assim para o medíocre se revelar. Basta haver uma possibilidade de estar acima dos demais, para que muita gente seja deformada em comportamento e caráter. Chegando ao ponto de esquecerem que há pouco tempo eram mais um entre tantos e que a qualquer momento tudo pode mudar novamente, pois, só existe Um que tem o poder eterno.
Penso que ao conhecermos a Verdade, criamos um sério “problema”para nós, o de não ter mais como nos desculparmos dizendo: “Senhor, eu não sabia!”. Isso foi o que pesou para agravar ainda mais a situação de Belsazar, pois, ele sabia de tudo que acontecera com seu avô Nabudonosor que havia ficado tão vaidoso e tão cheio de si, que foi derrubado do poder e perdeu toda a sua glória. (Dn 5.22) Nabucodonosor perdeu o juízo e passou a agir como um animal, a comer capim e a dormir ao relento. Isso durou até que ele reconheceu que o Deus Altíssimo é Soberano e que domina acima dos reinos deste mundo. (Dn 4:30-37)
Diante da aparição misteriosa de uma mão escrevendo algo na parede, Belsazar ficou transtornado, pálido e começou a tremer da cabeça aos pés. Finalmente, ele caiu em si e percebeu a loucura que fez, mas, era tarde demais, sua riqueza, sua autoridade, seu reino e sua glória não seriam suficientes para livrá-lo de colher do fruto amargo que havia plantado.
“O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda.” (Pv 16.18)
Não é a posição alcançada ou o poder conferido que definem o valor que uma pessoa tem. Tanto para com Deus, quanto diante dos homens, o nosso valor é visto em nossas decisões, escolhas e atitudes. E dependendo do que decidimos, escolhemos ou fazemos iremos mostrar se somos honrados ou medíocres; tementes a Deus ou inconsequentes.
Pr. Rubens Ennes | sentidounico.org