Deus presenteou o ser humano com poderosos instrumentos de comunicação. Permitiu ao homem ouvir e falar, e desta forma comunicar-se com seus semelhantes e interagir com tudo ao seu redor. O Criador permitiu também ao ser humano desenvolver esta aptidão e criar mecanismos tecnológicos para comunicar-se ainda melhor. Desta forma, existem hoje inúmeras tecnologias que permitem aos humanos comunicarem entre si por todo o planeta.
Contudo, o Pai Celeste criou algumas regras a serem observadas. Em uma comparação bastante simplória, pode-se colocar em paralelo o processo comunicativo doado por Deus e a fabricação de um aparelho eletrônico qualquer. O fabricante produz a máquina e emite o manual de instruções. As regras ali contidas são importantes para o funcionamento ideal e o melhor aproveitamento do artefato industrializado. O não cumprimento das normas pode causar danos ao aparelho e dissabores aos usuários.
Desta forma, guardado as devidas proporções, Deus criou normas a serem obedecidas. Não são regras legalistas que trazem mordaça ao ímpeto comunicativo humano. Ao contrário, tais definições trazem vida e melhorias incontestáveis no relacionamento com os semelhantes e com o Criador.
As leis criadas por Deus a este respeito estão todas na Bíblia. São simples e fáceis de serem cumpridas, e estão ao alcance de qualquer cristão com desejo de agradar ao Senhor. Uma boa sugestão de leitura sobre este assunto é o livro de Provérbios. Há, naquele livro das Escrituras Sagradas, ensinos preciosos sobre este tema.
Uma definição importante e pouco em moda entre os cristãos deste início do século XXI é a importância de falar pouco. O Pai Celeste não deu ao homem uma só boca e dois ouvidos por mera coincidência ou obra do acaso. Isto demonstra a necessidade de ouvir mais e falar menos. “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” (Provérbios 17:48)
Não usar a boca para entrar em brigas, desentendimentos e discussões é outra vontade do Criador quanto a capacidade humana de falar. “Os lábios do tolo entram na contenda, e a sua boca brada por açoites. A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma.” (Provérbios 18:6–7). Deus ainda completa, através do autor da passagem das Escrituras Sagradas: “honroso é para o homem desviar-se de questões, mas todo tolo é intro-metido.” (Provérbios 20:3)
O Pai Celeste não defende a pobreza. Ao contrário, Ele abençoa a prosperidade em todos os sentidos. Há inúmeras passagens bíblicas a este respeito. Entretanto, “melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de lábios e tolo.” (Provérbios 19:1). Ele completa ainda, mostrando a necessidade de não abrir a boca de maneira preicipitada: “tens visto um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um tolo do que para ele.” (Provérbios 29:20).
Há períodos em que o homem deve sim abrir os seus lábios. Todavia, há momentos em que o silêncio deve ser obedecido. “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. (…) Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;” (Eclesiastes 3:1 e 7). Além disto, Deus também faz observações sobre o conteúdo da fala e aquilo a ser dito.
Uma das mais famosas histórias bíblicas sobre quando abrir os lábios e sobre o que dizer está no último capítulo de três dos evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas. Nestes textos das Escrituras Sagradas há uma ordenança de Jesus Cristo: pregar a mensagem dEle e fazer discí-pulos. E para isto, obviamente é necessário utilizar a palavra. É claro que um cristão verdadeiro não ficará limitado ao discurso, afinal de contas, “a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” (Tiago 2:17)
Portanto, é tão importante quanto fácil dominar os ímpetos por falar demais. É bom para as pessoas ao redor e agradável ao Senhor. Afinal, “o tolo de lábios ficará transtornado” (Provérbios 10:10), mas “nos lábios do entendido se acha a sabedoria” (Provérbios 10:13).