Nossa peregrinação cristã consiste em sua maior parte, em olhar para a frente. À frente se encontra a coroa, e seguir adiante é o objetivo.
Quer se trate de esperança, de alegria, de consolo, ou para inspirar o nosso amor, o futuro deve, afinal, ser o grande objetivo do olho da fé. Olhando para o futuro, vemos o pecado expulso, o corpo do pecado e da morte destruído, a alma aperfeiçoada, e apta para ser participante da herança dos santos na luz.
Olhando ainda mais, o olho iluminado do crente pode ver o rio da morte tendo passado, o fluxo sombrio atravessado, e os montes de luz atingidos, nos quais se levanta a cidade celestial; ele vê a si mesmo entrando pelos portões de pérolas, saudado como mais do que vencedor, coroado pela mão de Cristo, abraçado nos braços de Jesus, glorificado com ele, e chamado a sentar-se com ele em seu trono, assim como ele venceu e está assentado com o Pai no seu trono.
O pensamento deste futuro pode muito bem compensar a escuridão do passado e as trevas do presente. As alegrias do céu certamente irão compensar as tristezas da terra. A morte é apenas um córrego estreito, que logo e rapidamente atravessamos. Nosso tempo na Terra, quão curto é – a eternidade, quão longa! A morte, quão breve – a imortalidade, quão infinita! Recordo enquanto eu me alimento agora do cacho de uvas de Escol, que saborearei o bem que está dentro do portão. A estrada é assim, tão curta! Logo estarei lá.
“Quando o mundo está rasgando o meu coração
Com a sua mais pesada tempestade de cuidados,
Meus pensamentos se elevam alegres para o céu.
Encontro um refúgio para o desespero.
A visão clara da fé me sustentará
Até que a peregrinação da vida tenha passado;
Medos podem vexar e problemas causarem dor,
Vou chegar ao meu lar por fim.”
Texto de Charles Haddon Spurgeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.