Já por algum tempo tenho ousado pesquisar sobre a teologia contemporânea (desde 1995). Busco entender as várias tendências e movimentos na teologia cristã atual e sua importância para a igreja evangélica (confesso que não é tarefa fácil). Tenho tentado analisar criticamente os conceitos teológicos, à luz da cosmovisão bíblica e evangélica e procuro aquilo que colabore com a promoção de uma formação espiritual saudável na igreja e na minha vida pessoal.
Entendo que quando buscamos compreensão acerca da influência das teologias e conceitos presentes na sociedade atual, podemos desenvolver modelos de ministério e evangelização que respondam aos desafios do nosso tempo com mais propriedade e eficácia.
O contexto teológico nacional e talvez o internacional evidencia uma certa estagnação nos últimos anos no que tange a produção de material puramente teológico. Acredito que as impostações da pós-modernidade tem trazido sérios prejuízos para a teologia, dada a variedade de informações e pluralidade de opções que oferece aos que ousam se aprofundar nesta ciência.
Nota-se que a preocupação atual a respeito do sentido real da teologia é buscado, bem como da sua veracidade e do seu fundamento, mas existe uma concepção de teologia que a tem separado da prática pastoral da Igreja e ao mesmo tempo a tem privatizado como teologia científica, colocando-a de lado por suas características metódicas. A teologia tem atingido um alto grau de sofisticação intelectual e filosófica.
Tem havido também a promoção de uma teologia mais holística e sensacionalista sem qualquer preocupação com a veracidade, baseada no sentimento pessoal de cada sujeito, e, enfim, um desinteresse por sua veracidade baseada na Revelação de Deus (Bíblia Sagrada). Penso que toda reflexão teológica genuína deve começar com Deus como o fundamento último de toda a realidade e da fé cristã.
As diversas correntes teológicas atuais, são quase que inteiramente antropocêntricas, começando com as necessidades e desejos humanos para então elaborar um entendimento de Deus como aquele cuja função principal é satisfazer tais aspirações. Há um retorno a aquilo que ocorreu no período iluminista, que caracterizou-se por uma fé ingênua no homem e em suas potencialidades. A razão desse desprezo é que o próprio conceito de revelação especial tem sido questionado.
Em síntese, a teologia contemporânea tem se tornado um esforço filosófico e especulativo que tem pouco contato com as genuínas raízes da fé e da espiritualidade cristã.
Por: Antônio Henrique