Aos irmãos, com carinho. O mundo esta se globalizando. As culturas estão se fundindo. Os tempos têm sido mudados e a igreja, juntamente com o mundo os nossos discípulos estão inseridos neste vai e vem de mudanças. Como deve o cristão se posicionar diante destas disparidades? Porque ensinamos meia verdade bíblica se normalmente não conseguirmos sequer vive-las? Acredito que parte desta resposta está em nossos “medos e inseguranças” que nos é impostas por muitos líderes, e que passamos a acreditar como revelação total e verdadeira. Formar indivíduos inseguros quanto à sua forma de pensar, agir, ser e trabalhar, é um modelo amplamente usado nas comunidades eclesiásticas. Este modelo é estabelecido nas igrejas como uma maneira de manter a ordem e disciplina. Se estou inseguro em algum ponto vou ate aquele que está mais “seguro” que eu.
Este pode resolver meu problema de insegurança e medo, afinal ele é superior a mim. Também se usa a teoria comportamental Behaviorista, cuja matriz epistemológica é a empirista (Encarta, 2001). Esta teoria é fundamentada nas formas de condicionamento do comportamento: estímulo e resposta, ou seja, o sujeito é estimulado a dar uma resposta de acordo com o estímulo que recebe do meio, mesmo que este estímulo seja insegurança e medo individual ou grupal. Esta maneira de formar indivíduos, é uma forma de sujeição, e nada mais é que opressão do indivíduo e corte de sua liberdade de escolha. Michel Foucault pensador e filósofo, enfatiza em seus escritos um conceito insegurança encapada por verdades: Eu não estou dizendo que tudo é ruim; eu estou dizendo que tudo é perigoso. O medo de não conseguir realizar, encarando o perigo de ser taxado como péssimo cristão leva a acreditar fielmente na insegurança. Sendo inseguro/seguro serei menos cobrado concernente às minhas realizações com meus líderes .
Por muitas e muitas vezes temos reproduzido ou sido reprodutores destes modelos, tornando-nos meros espectadores de um mundo que caminha para aonde quer, onde eu não tenho palavra de mudanças, nem para mim, nem para os outros. Vale a pena viver assim? Somos chamados a ministrar grandes verdades, elas foram deixadas por Deus para serem ensinadas, da mesma sorte estas verdades existem para serem vividas. Cremos num Deus do impossível, e, normalmente ensinamos que Ele pode fazer um homem do nada e torna-lo uma pessoa plenamente usada pelo Espírito Santo, porém na maioria do tempo não cremos que este impossível aconteça conosco, isto porque nos achamos impossibilitados para fazer qualquer coisa para Deus.
Fomos formados para sermos inseguros e medrosos, assim estaremos sempre dependendo de alguém. A realidade é que precisamos parar de trabalhar para Jesus e começar a trabalhar com Jesus. A escritora Marlene Barros diz que o mundo e feito por verdades e desilusões. O cristão precisa entender que está inserido num mundo que ministra esta verdade constantemente, mas nós não podemos ensinar a bíblia pela metade, não podemos parar de ensinar as verdades integrais da Palavra, mesmo que estas verdades ainda não tenham sido fiel em nossas vidas, não podemos ter medo. Até quando continuaremos a reproduzir o modelo que nos foi imposto?
Philip Yancey, em seu livro O Deus Invisível, diz que acordamos todos os dias e continuamos nossa caminhada em um terreno que a cada dia, a cada passo, se torna mais sólido. Este deve ser o entendimento real do cristão, sabedor que o ensino bíblico vai se solidificando cada dia mais. O cotidiano do cristão na era pós-moderna e cheio de: Desilusões; porque não se pode confiar plenamente no homem. Confusão; porque nós não imaginamos que seria “daquela” maneira. Desânimo; porque nos foi ensinado um ministério de ensino cheio de rosas e maravilhas, mas a realidade é de mais espinhos que rosas.
Porém….. Colheita ; porque a palavra do Senhor não volta vazia. Termino este artigo com as sábias palavras do escritor cristão Larry Crab que diz: Saber o que revelar, reconhecer o que há de mal em nós e nos outros é algo que exige menos treinamento formal e mais autoconsciência. Ao mestre a bíblia diz com carinho: O perfeito amor lança fora o medo.