“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:13)
No capítulo 1, versos 13 a 23, vemos o apóstolo Paulo descrevendo não só a pessoa de Jesus, como também a Sua obra, a obra da reconciliação. A expressão “reconciliação” traz a idéia não só de aproximação, mas a de trazer para mais perto ainda algo que estava longe. É um novo relacionamento restaurado, e agora mais íntimo e profundo, pois também a reconciliação traz ainda a idéia de restauração, de cura, de algo que estava enfermo, lesado.
A ênfase maior na reconciliação é o relacionamento – acima de tudo, o relacionamento entre o Criador e Sua criatura, entre Deus e o homem. Ele mesmo afirmara de Si para Si ou de Si para o Filho e o Espírito Santo, após ter criado o homem e já estar lhe preparando uma companheira para se relacionar por toda vida(Eva): “Não é bom que o homem esteja só”.(Gn 2:18)
Mas, por causa do pecado de Adão, do Primeiro Homem, o relacionamento que havia entre ele e Deus, entre o Criador e a criatura, outrora sem barreiras ou fronteiras, agora estava rompido, fechado. Conseqüentemente, fomos divididos. Assim, nosso relacionamento com Deus foi quebrado por causa do pecado – ou seja, por causa de uma escolha errada do Primeiro Homem.
Alguém disse, certa vez, que quando as pessoas se frustram nos relacionamentos, elas procuram substituir essa frustração por qualquer outra coisa: trabalho excessivo, jogos, internet, bebidas, drogas etc. O homem, sem Deus, está aberto à toda influência do mal. Quando o homem não busca a Deus, a maldade se multiplica(veja Gn. 6:5). Daí, o terrorismo, as atrocidades, o genocídio, a violência. Enfim.
. Ninguém é uma ilha
Deus fez o homem para Se relacionar com ele. Talvez por isso é que haja em nós um grande potencial para relacionamentos. Na fase da adolescência, por exemplo, percebe-se a necessidade que o adolescente tem de falar com alguém. Senhoras, na hidroginástica, freqüentam a academia para, principalmente, dialogarem, baterem papo, e não somente para se exercitarem.
Em Jesus fomos reconciliados com Deus. E o homem que se reconcilia com Deus, mediante Jesus, experimenta do Seu amor incondicional e eterno. Deus não nos deixa nem nos desampara. Ele está conosco nos momentos de alegria e de tristeza. Assim disse Jesus: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
.O que mais nos comove acerca do amor de Deus para conosco é que esse amor nos traz dignidade e valor(veja Mt.22:37). Quando somos inundados, cheios desse amor, aprendemos também a respeitar o outro e conferir-lhe, igualmente, dignidade e valor. Basta ver como foi o relacionamento de Jesus com seus discípulos, com os doze. E quando somos curados por esse amor, somos curados nos nossos relacionamentos interpessoais – principalmente entre nosso Pai celestial.
O Espírito Santo, diz o apóstolo Paulo, é quem propicia essa reconciliação. Deus assim então nos reconciliou Consigo mesmo e nos fez agentes de reconciliação. Talvez por isso que Jesus tenha dito no Grande Sermão sobre as Bem-Aventuranças: “Os pacificadores serão chamados filhos de Deus”.
Sejamos e ajamos, então, como filhos – como filhos de Deus, como filhos da luz. Sejamos agente de reconciliação.
Por Nívea Soares
Artigo extraido do site www.niveasoares.com.br