Ouvi certa vez, em um programa de tevê, que para visitarmos o museu do Louvre, de Paris, observando adequadamente cada obra e sua história, levaríamos sete anos para concluir essa visita. Não sei se tal dado é verdadeiro, na verdade com o tempo passado não me lembro nem mesmo se eram sete anos realmente ou se isso foi algo que ficou na minha mente por alguma confusão.
O que sei com certeza é que para admirarmos adequadamente cada ponto de arte daquele enorme e belo museu, precisaríamos de um tempo um tanto elevado. Somente se olhássemos a obra Monalisa de DaVinci, já levaríamos dias, senão meses, porque a profundidade e diversidade de formas com que aquele quadro fala conosco é impressionante.
Tudo o que é belo e profundo deve ser observado com atenção e admirado de maneira adequada, senão a experiência da admiração se perde e podemos perder o real sentido daquilo que desfrutamos. De que adianta comer um belo prato de qualquer comida se não o saboreamos adequadamente, observando cada textura do delicioso alimento que consumimos?
Hoje, continuando em minhas leituras diárias, li algo que se mostrou do mesmo sentido para mim.
“Os cantores, chefes de famílias levitas, permaneciam nas salas do templo e estavam isentos de outros deveres, pois dia e noite se dedicavam à sua própria tarefa.” 1Cr 9.33
Por muito tempo meditei nesse texto, desde outras leituras do mesmo livro, durante anos passados e sempre me inconformei com a forma como os levitas cantores – lembrando que levita não é sinônimo de cantor ou ministro de louvor, mas sim os homens da tribo de Levi, que serviam a Deus como profissão – não faziam mais nada além de sua própria tarefa, que era de cantar e ministrar louvores a Deus.
Mas hoje, ao ler a Palavra, pensei em um outro sentido para o “ócio” levita.
Da mesma forma como precisamos de tempo para, metaforicamente, digerir um quadro ou obra de arte, da mesma forma como precisamos de tempo para contemplar a beleza de uma paisagem e entendê-la em significado e dimensão, assim precisamos de tempo para contemplar a Deus para louvá-Lo.
O serviço musical levítico tinha uma fase de contemplação. Era necessário, além do tempo de preparo para a ministração e o próprio tempo de ministração, de tempo para admirar a beleza de Deus, para contemplá-Lo, admirá-Lo e assim louvá-Lo da maneira correta. Não podemos falar de Deus com precisão se não pararmos para admirá-Lo com tempo.
Nós contemplamos, a cada dia de nossas vidas, algo que é maior que o Louvre em beleza, mais profundo que a Monalisa em significação e nem pode ser comparado à qualquer obra de arte existente no mundo. Nós contemplamos a Deus. E vendo Deus tal como o podemos enxergar, em sua grandiosidade, majestade e santidade, precisamos de tempo para admirá-Lo e para escolhermos palavras para elogiá-Lo e engrandecê-Lo.
Por isso hoje gostaria de deixar uma mensagem, que já tocou em meu coração: Admire ao Senhor com tempo. Admire-o em toda a imensidão de significado e valor que Ele tem e assim seu louvor será mais verdadeiro, de acordo com o que Ele verdadeiramente é.
Como os levitas, louve a Deus adequadamente, reserve um tempo para admirá-lo e conhecê-lo e assim você terá palavras mais adequadas para contar sobre Ele.
Que Deus o abençoe!
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Silas Klein | pequenomestre.wordpress.com