A santidade é a única característica da Divindade que todos precisam possuir antes de poder entrar na presença de Deus. Você não tem de ser tão sábio quanto Deus — pois nunca será. Você não precisa ser tão poderoso quanto Deus — você nunca será. Mas você precisa ser tão santo quanto Deus. Como pode ser isto? Como pode um Deus justo receber um homem injusto? Pode o homem dar origem à justiça ou estabelecer a santidade? Ah, não, mas Deus fez a provisão, cada provisão necessária, para os homens injustos e ímpios, dando Seu Filho para morrer na cruz, e Aquele que não conheceu pecado foi feito pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus.
Houve na cruz um momento difícil de ser entendido. Não estamos capacitados para esclarecer a profundidade do clamor que saiu dos lábios do Filho de Deus: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27.46). Mas quando examinamos a Escritura e vemos seu ensino com respeito ao significado da Sua morte na cruz, temos alguns vislumbres do porquê daquele terrível brado. O profeta assim o expressa: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Foi isto o que aconteceu no Calvário. (…)
Você e eu somos pecaminosos; nós temos pecado em nós e precisamos morrer porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Mas Nele não havia pecado, e, porque não havia pecado Nele, foi gloriosamente possível para Deus colocar sobre Ele o pecado; e, embora nós, como ovelhas, nos desgarrássemos e nos voltássemos cada um para o seu caminho, Jeová colocou sobre Ele, quando foi pendurado na cruz, a iniqüidade de nós todos. Um Deus justo que não pode contemplar o pecado virou o rosto para o lado, e o Filho clamou na agonia da separação: “Deus Meu, Deus Meu, porque Me desamparaste?”.
Não se trata de uma figura de linguagem. Você pode examinar os quatro Evangelhos para verificar se existe outro ponto em que Jesus, dirigindo-se ao Pai, O chama de Deus, mas será em vão. É como se o relacionamento houvesse cessado e Ele representasse agora o pecador perdido e condenado, sofrendo a agonia da separação, que é a porção do pecador. Sim, Ele passou pela cadeia do nosso pecado. Ele esteve no lugar da nossa condenação. Ele aceitou a hora da nossa rejeição. Meus pés se voltaram para caminhos proibidos, mas os Dele foram cravados na cruz. Minhas mãos realizaram obras do mal, mas Suas mãos benditas foram pregadas por cravos no madeiro. Meu coração era impuro, mas a lança rasgou o lado Dele. Minha mente era a fonte da corrupção, mas Sua fonte pura foi dilacerada. Meu era o pecado, mas Dele o sofrimento, porque Ele tomou o lugar deste pecador perdido na cruz. E Pedro diz em sua epístola: “Levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1Pe 2.24).
Essa é a obra-prima de Deus, o propósito para o qual este mundo veio a existir, pois o Cordeiro foi morto no coração de Deus antes da fundação do mundo. Aquele que conhece todas as coisas desde o início, e conheceu o pecado dos homens antes mesmo que o primeiro homem fosse tentado, planejou a redenção do homem antes que ele houvesse pecado; e todo o esquema, o drama total da salvação foi operado primeiro no coração de Deus e, depois, eficazmente na história da raça humana; e o centro de tudo é a cruz de Jesus Cristo — Deus na pessoa de Seu Filho tornando possível a Ele receber os pecadores.
Vimos que o único atributo da Divindade que cada pessoa deve possuir a fim de entrar na presença de Deus é a santidade. Mas é a santidade que Deus provê e concede, e não a santidade que qualquer homem possui ou consegue. Vemos em Jesus Cristo a justiça que Deus requer, mas — bendito seja o Seu nome! — na cruz de Jesus Cristo, em Sua morte, vemos a justiça que Deus requer, vemos a justiça que Deus provê.
Artigo extraído do site www.preciosasemente.com.br