Entende-se como pragmatismo uma corrente filosófica do século XIX e está associada a pessoa de Willian James. Muitos nunca ouviram esse termo e duvidam sobre a influência desse pensamento em nossos dias. Mas o pragmatismo há muito, corre em nossas veias, estejamos conscientes ou inconscientes disso.
Na ética pragmática há um rompimento com a metafísica, ou seja, o que é bom ou mal nunca pode ser definido por uma questão transcedente. Aplicando, o bom ou mal não é definido por Deus ou pela bíblia, nem mesmo pela subjetividade humana. Nessa escola filosóifica o que é bom, louvável, o que deve ser procurado, é o que é útil. Logo, à pergunta: Deus exite? A resposta pragmática é: se essa crença te faz bem, então continue a crer nisso.
A influência do pragmatismo no meio evangélico brasileiro é tal, que não é incomum ouvirmos e vermos líderes em busca de novas táticas ou técnicas para o crescimento de sua igreja. Por causa do pragmatismo, o fato do crescimento impede a reflexão se essa técnica é bíblica ou não. O que importa é o crescimento. Buscar uma nova metodologia administrativa, homilética ou de ensino não é o problema. O problema está na visão pragmática de muitos líderes que abandonam princípios antes defendidos, em favor do que está dando “certo”.
O perigo e ameaça do pragmatismo está no fato de que em nome daquilo que está funcionando deterioramos princípios.
Infelizmente nao é incomum ouvir e ver companheiros ministeriais afirmando que “…apesar de não concordar muito… o povo gosta, a igreja está crescendo…”, “…isso é pecado, mas Deus está com ele, Ele tem abençoado, olha o tamanho da igreja…”.
Há rigidez na disciplina com uma pequena ovelha, mas aquele “homem de Deus” que ora e o milagre acontece, somos mais leves, pois o ministério dele está dando certo.
A visão pragmática no meio evangélico nos fez deixar de avaliar o ministério de um homem por seu caráter e fidelidade escriturística no ensino. Agora os bons ministérios são os grandes ministérios. Nem tudo que é grande é saudável, o câncer é uma multiplicação doentia das células.
Disse Jesus: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Mt 7:21-23.
A pessoa aprovada por Deus nesse texto não é o que fez milagres, que clamou fervorosamente: “Senhor, Senhor!”. O que entrará no Reino de Deus não é o que deu certo diante dos homens, mas o que fez a vontade do Pai. Nem sempre fazer a vontade do Pai vai nos levar a grandeza e sucesso diante dos homens. Mas fazer a vontade do Pai é bom.
Concluindo, nem tudo que está dando certo diante dos homens é bom diante de Deus.