Os escribas e fariseus eram legalistas porque não exerciam a justiça segundo as demandas da natureza divina, mas segundo a mera letra do mandamento.
E a situação deles se agravava porque não o faziam segundo o espírito do mandamento dado por Deus, mas segundo uma distorção e corruptela da lei que eles haviam criado segundo a tradição dos homens.
Por isso nosso Senhor afirmou que a nossa justiça deve exceder em muito a dos escribas e fariseus, e também que eles haviam negligenciado o que havia de principal na Lei, e citou a justiça, a fé e o amor, para ilustrá-lo.
Ora, como poderemos julgar segundo a reta justiça que é segundo as perfeições que existem na natureza divina, se não formos feitos coparticipantes de tal natureza?
Ou ainda: como poderemos julgar segundo a referida justiça, caso sejamos legalistas como os escribas e fariseus?
Um juiz perfeito humano deveria ser dotado em sua natureza de uma perfeita justiça. E isto sabemos que ninguém a possui. Mas Deus é perfeito juiz porque possui tal natureza justa perfeita.
Então a justiça divina sempre requererá que atendamos ao propósito da nossa criação, a saber, que sejamos semelhantes a Cristo, em caráter, em santidade.
Porque sem isto, não podemos ser justos, assim como Deus é justo.
Então um caráter justo terá necessariamente, que ser aperfeiçoado.
Terá que crescer no aprendizado prático da própria pessoa de Cristo.
Quanto mais formos semelhantes a Ele, mais justos seremos, segundo o padrão da justiça perfeita e eterna que há na natureza de Deus.
Daí o Senhor ter dito:
“…o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.” (Apo 22.11b)