Escravidão.
A palavra nos assusta e nos mostra uma realidade que aparentemente não existe mais, uma realidade que aparentemente foi jogada para trás e abandonada pela conscientização dos homens e por leis abolicionistas do final do século 19 e início do século 20.
Porém essa é uma realidade que ainda existe e persiste em diversos lugares do mundo, não ainda como a escravatura racial, vista nos livros históricos e que ocorria no início do século, mas uma escravatura por interesses.
Você pode estar pensando que estou falando alguma metáfora, mas na verdade ainda não comecei a usar metáforas, ontem lendo o jornal tive a triste confirmação desse sentimento, que se iniciou segunda-feira em meu coração, soube pelo jornal “Metro” (que circula no centro de São Paulo, gratuitamente) que as tropas das forças de paz da ONU, aquelas que deveriam auxiliar em áreas de conflito e pobreza, estão abusando de meninos e meninas a partir dos 6 anos, abusando tanto sexualmente, como em escravidão, pornografia e tráfico infantil e as crianças são obrigadas a fazer isso em troca de comida, em troca de dinheiro e em troca de condições de vida.
É repugnante pensar que tais coisas assim ainda existam em nosso mundo e por organizações que deveriam ajudar a tais crianças, não quero condenar uma instituição, mas gostaria que refletíssemos um pouco no mundo em que vivemos hoje e começássemos a vê-lo como ele realmente é, não como a mídia mostra para nós, dizendo que nada disso ocorre em nosso país, por isso temos que nos contentar com nossos salários medíocres e com os impostos milionários.
Nós temos crianças nas mesmas condições aqui no Brasil, você tem alguma criança na mesma condição em seu bairro, uma criança que vive em regime de escravidão, uma criança que não tem o que optar e é obrigada a servir em escravidão à outra pessoa.
Mas o mais triste de se pensar é que, agora usando metáfora, essa escravidão ocorre porque as pessoas que escravizam na verdade são escravizadas. As pessoas que maltratam e abusam dessas crianças são escravizadas e por isso escravizam essas crianças.
“Escravizadas por quem?”
Por seus desejos carnais.
E é por isso que escrevo essa mensagem de hoje, para que você reflita comigo no porque de tais coisas ocorreram tanto nos dias de hoje.
“Prometendo-lhes liberdade, eles mesmos são escravos da corrupção, pois o homem é escravo daquilo que o domina.” 2Pe. 2:19
Se você olhar desatento a esse versículo ele lhe parecerá “bobo”. Parece que é uma frase de simples significado: “O homem é escravo daquilo que o domina”, porque na verdade, se somos escravos, é óbvio que somos escravos de alguém.
Mas o que Pedro quis dizer aqui é algo além desse pensamento raso sobre a relação entre o senhor de escravos e os escravos. Pedro quis dizer que não só homens que podem nos escravizar, mas nossos desejos impuros, carnais e maliciosos, nossa corruptibilidade humana é o que mais nos escraviza.
Se nós somos pessoas impuras, pessoas que detém um desejo muito aflorado em nossas peles ansiando por maldades e corrupção, então seremos corruptos e tudo em nós declarará isso. Se não conseguimos controlar nossos desejos pecaminosos iremos pecar e muitas vezes podendo chegar a patamares como aqueles soldados da ONU, que vão para ajudar crianças e acabam por abusar delas.
Não estou dizendo que você irá abusar de alguma criança literalmente, mas o resultado do pecado é morte e destruição.
Por exemplo, se você alimenta sua cobiça, você acabará por roubar ou então passar a perna em alguém para ganhar lucros e ter o objeto de sua cobiça. Se você alimentar sua inveja, você ansiará pela morte das pessoas ao lado e será um assassino em seu coração, ainda que não aperte o gatilho contra aquela vida. Se você alimentar sua paixão e desejo carnal você se tornará um adúltero ou molestador, ainda que o seja em pensamentos, fato que também é pecado, segundo a Bíblia.
Não podemos deixar que nossas paixões carnais, humanas e pecaminosas nos dominem, não podemos nos tornar escravos de nossos desejos, não podemos nos tornar escravos de nossas cobiças e pensamentos maliciosos.
Porém eu gostaria de dizer hoje que todos nós somos dominados por alguma coisa. Não adianta negar, uns são dominados por um cônjuge, outros são dominados por um amigo, outros pelos desejos que já falamos.
E se o que nos escraviza é o que nos domina então nós sempre seremos escravos de algo, alguém ou de algum desejo, mas como escolher em quê ser escravo?
Pedro nos diz isso também, ainda em sua carta sobre “escravidão”:
“Simão Pedro, escravo e apóstolo de Jesus Cristo,” 2Pe. 1:1
Meu irmão, o mundo está se corrompendo e se afastando de Deus e nós seremos escravizados de qualquer forma, ou por nossos desejos, ou por alguma coisa ou por alguém, então temos que escolher de quem sermos escravos.
Então hoje quero que você saiba, que você ainda tem escolha.
Você não precisa ser escravo de seus desejos carnais e cometer atrocidades em pensamentos ou ações, você não precisa ser escravo de pessoas, você pode ser, assim como Pedro, um escravo de Cristo!
Só que a escravidão em Cristo não é escravidão como a do mundo, é uma escravidão que traz liberdade, paz, longanimidade, bondade, domínio próprio, virtude, paciência, fé, piedade, perseverança, fraternidade, amor e, por final e mais importante, conhecimento de Deus.
Somente sendo escravo de Cristo e não das paixões do mundo, que você pode ter acesso à Deus.
Por isso peça perdão por seus pecados hoje e peça para de uma vez por todas ser um escravo de Cristo e assim você conhecerá a Deus e terá a Vida Eterna.
Que Deus o abençoe!