Vinte centavos. Esse foi o estopim que detonou protestos em São Paulo na metade de 2013 e que se espalharam por várias cidades brasileiras. Nas redes sociais, hashtags sinalizavam que uma onda de indignação varria o país, a maior nas últimas duas décadas. #OGiganteAcordou
Não quero discutir o rumo (ou “a falta de”) que as manifestações tomaram. Ao refletir sobre o momento atual da Igreja, meu coração ficou inquieto. Permitam-me compartilhar alguns pensamentos.
Como resposta às orações de muitos crentes fiéis, o evangelho se espalhou no país e o rebanho experimentou altíssimas taxas altas de crescimento. Segundo José Eustáquio Diniz Alves, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE, os evangélicos ultrapassarão o número de católicos em 2040.
É com grande alegria que ouço inúmeras histórias emocionantes de vidas transformadas, mas creio que a aglutinação de conversões também deveria produzir mudanças em larga escala. Explico: a população evangélica aumentou, mas a presença desse sal não é percebida em muitas áreas importantes da vida da nação. Triste lembrar que vozes exaltadas geralmente indicam destempero.
O capítulo 25 de Mateus revela um parentesco perturbador dos excluídos (em suas variadas formas): são irmãos de Jesus. “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram”. Qual o grau de prioridade que esse tipo de serviço ocupa em nossas comunidades tantas vezes voltadas para si mesmas? #VemPraRua
A igreja primitiva contava com a simpatia de todo o povo (Atos 2.47), algo que infelizmente não ocorre atualmente. Talvez o fato de nossa missão ter-se transformado em omissão contribua para a imagem desgastada que a igreja enfrenta em muitos segmentos.
Quais seriam os “vinte centavos” capazes de nos despertar da insensibilidade? Que o Pai afine nossa mente e coração para que o mundo o reconheça através de nosso serviço. #AcordaIgreja
Carlos Bezerra Jr. , pastor, médico e discípulo de Jesus disfarçado de deputado. Autor de lei apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como referência mundial no combate ao trabalho escravo. Criador do Programa Mãe Paulistana. Único parlamentar evangélico apontado como o melhor político de São Paulo pela ONG Voto Consciente – que fiscaliza a função pública. Casado com Patrícia Bezerra, pai da Giovanna e da Giulianna.