Arquétipo, Self, Ego, Consciente, Inconsciente, Imaginação, Intuição e outras faculdades da alma são abrangidas pela Bíblia e reveladas por Deus como sendo de fato poderes inerentes à humanidade, de modo universal, criados e estabelecidos pelo próprio Deus, só que em razão do pecado tais faculdades encontram-se corrompidas, e em vez de conduzirem o homem para o grande objetivo de sua criação que é o de adorar e servir a Deus com um espirito puro, inclinam-no naturalmente para tudo o que é oposto ao grande padrão divino que deveria imitar.
Não há como negar que os pássaros constroem os seus ninhos de acordo com os formatos próprios à cada espécie, e com as dimensões necessárias para abrigar a sua ninhada, de modo que não é nem muito maior ou menor do que o necessário. Eles fazem isto instintivamente conforme o arquétipo programado por Deus em cada um deles.
De igual forma o ser humano não chega ao mundo sem carregar consigo todo um arsenal de instintos e uma consciência previamente programada para aprovar o que é o comportamento correto e reprovar o incorreto, segundo distinções estabelecidas e encontradas no próprio Criador de todas as coisas.
Isto se coaduna com as palavras do apóstolo em Romanos 2.13-16:
“Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.”
A tal respeito nosso Senhor Jesus Cristo ensinou abundante e repetitivamente sobre o nosso estado caído em relação àquela condição aprovada por Deus, estado caído este do qual podemos somente ser libertados por Ele mesmo, por meio da fé nEle, e segundo a operação da graça através do poder do Espírito Santo em nós.
Crer, portanto, numa ideia de arquétipo, self, ego e tudo o que se manifesta na nossa subjetividade, como sendo algo que reflete em sua natureza o próprio caráter da divindade, é um grande erro, uma vez que estaríamos atribuindo a existência de pecado na natureza divina, a qual sabemos, pela experiência, e pela revelação escrita bíblica que é totalmente santa, perfeita, justa e pura.
Sabemos também por experiência, que os pensamentos de Deus são infinitamente mais elevados do que os nossos pensamentos, e os seus caminhos do que os nossos caminhos, e assim, não podemos entender que a inclinação instintiva e subjetiva colocada por Deus no homem para a adoração, sempre será aprovada por Ele, ainda que ela se manifeste na adoração de qualquer ser ou objeto diferente do próprio Deus.
Também, não podemos conciliar a ideia de um deus existente em cada pessoa, de modo que a individuação seria o processo consciente que leva cada um ao conhecimento de si mesmo como sendo deus; com a noção bíblica de um Deus santo, separado e mais elevado do que tudo o que criou – um Deus pessoal cujo padrão moral e espiritual devemos obter e imitar, uma vez tendo sido justificados do pecado e purificados pelo sangue e poder de Jesus Cristo.
Assim, devemos ter muito cuidado ao examinar o ensino, especialmente de psicólogos seguidores da Escola Junguiana, de modo a evitarmos tomar algo de aparência verdadeira, que, no entanto, não corresponde à verdade revelada bíblica.
Pr Silvio Dutra